LITERATURA EM TEMPOS DE PANDEMIA XIV




KÁTIA MARGARET GIOVANI


Katia Margaret Giovani, Professora e Especialista Educacional, formada em Pedagogia, licenciatura Plena pela Universidade de Itaúna. Exercendo o magistério há 23 anos na Escola Municipal “Dr Jacinto Campos”, e a Supervisão Pedagógica do Ensino Médio há 16 anos na Escola Estadual Monsenhor Alfredo Dohr. Tem paixão com a literatura e encantamento pelas palavras. Considera que escrever é dar voz, é exercitar sentimentos, e sobretudo algo que lhe traz paz interior. Participou em 2019 do concurso da ACADELP - Academia Lagopratense de Letras no “XV Concurso de Poesias”, com a finalidade de incentivar a leitura, promover a cultura, a arte, a literatura e premiar o talento artístico de estudantes e demais autores de Lagoa da Prata e região. Ficando em 1°lugar na categoria Livre (Profissionais da Educação e outros) tendo a publicação do seu poema no livro Lagoa da Prata em Prosa e Verso do presente ano, juntamente com os demais participantes também ganhadores.

A TEMPESTADE VAI ACALMAR !!

Como a brisa da incerteza vem colorindo nossos dias.
É tudo tão sem respostas, tudo num emaranhado de hipóteses.
Será que vai passar? Com toda certeza! É inevitável, a vida é feita de ciclos. E este, mesmo que demore muito, cessará deixando marcas de aprendizado, cicatrizes de um tempo em que se isolar era permitir continuar vivendo. Como é antológico perceber que teremos escrito uma outra história, a da controvérsia. A era da tecnologia versus a fragilidade humana. O isolar versus ao que antes esteve nos separando e hoje nos unindo, as redes sociais.  A tele aula, o tele trabalho, o tele, o tele...tantos teles, que passamos conjugar um novo verbo: o tele existir !!! Mas a controvérsia que mais nos chama atenção é a vida, de um lado, nós prepotentes em acharmos que éramos os donos, e do outro lado o Planeta respirando aliviado por dias sem o aerossol da destruição. Como é controverso, o homem isolado para deixar o planeta existir. Como podemos escrever este cenário senão nas controvérsias cotidianas desenhadas nos meios de comunicação, como: A maior potência mundial financeira se curvando a um novo super-herói “o coronavirus” e seu superpoder, a invisibilidade potente que conseguiu destruir o aperto de mão, o abraço, o toque. Como a praça do Vaticano em Roma vazia em dias de pandemia e ao mesmo tempo superlotada pala nossa carência afetiva de Deus, independente da fé de cada um. Como um vírus atingir a realeza na Inglaterra e o plebeu igualando-os no combate ao invisível. Como ver o Japão a potência da inteligência tecnológica se fragilizando frente a minúscula potência microscópica de um vírus. Como ver o despencar das bolsas de valores e a velocidade da propagação dessa pandemia. Que saudade de sentir o calor humano naquele abraço fraterno que aconchegava nossas inseguranças e o hoje se faz virtual. Que saudade de ir à Igreja, falar com Deus baixinho no seu ninho de amor. Que saudade de presenciar uma criança sorrindo bem perto de mim.Realmente é controverso este tempo. Conjugamos o verbo isolar versus o verbo estar. Como vê a prepotência do homem mendigando ao um vírus a humilde descoberta da cura. Mas o belo é ver que neste mesmo tempo, nós na pequenez de nosso ser, estamos aprendendo na dor do isolamento social a sentir piedade ao invés do egoísmo. A sentir que somos tão frágeis e nada nos adianta o poder, somos mesmo vulneráveis, independente do clero, raça, ou condição socioeconômica. Somos hoje iguais meio a tanta diferença. O Coronavirus hoje faz o que fizemos a tanto irmãos. Nos exclui, nos afasta, nos deixa a mercê de um tempo sem tempo para acabar. Qual seria a solução? A única que nós podemos de verdade tentar encontrar, e a cada amanhecer aprender a sermos melhores, melhores no caráter, na ética, na moral, conversando sempre com consciência para que mais tarde no fim deste ciclo, comecemos o outro, vestidos de uma nova esperança, vivenciando mais uma metamorfose em nossa existência, assim como disse Rubem Alves “A alma é uma borboleta... há um instante em que uma voz nos diz que chegou o momento de uma grande metamorfose...”Então me permito dizer que encontrei outra controvérsia pandemia versus metamorfose ...Tempo de escuridão mundial versus tempo de renovação .Essa tempestade invisível, mas avassaladora, versus o arco-íris. Assim pergunto-te: porque tendes medo? Tudo vai passar, ao som da voz na nossa fé. No fim encontraremos o devolver da nossa paz, só precisamos esperar e conjugar o verbo acreditar. Tudo vai ficar bem se o bem existir primeiro na nossa vontade de viver. Mesmo que estejamos vivendo um genocídio mundial, nada é mais forte do que nós nos entregarmos a sensível tarefa de construímos juntos pontes ao invés de muros, laços ao invés de desafeto, compreensão ao invés da injustiça, paz ao invés de guerra, cura ao invés da dor, vida ao invés da morte. Acalme, liberte-se do medo, a tempestade vai passar é preciso saber viver este tempo e esperar, afinal dias melhores virão no momento que desprendermos do casulo da dúvida e voarmos nas asas da ciência, sem perdermos é claro a coragem da fé.





Ao escrever promovo a melhor edição de mim mesma! ”
KMGIOVANI 

Comentários

  1. Obrigada Acadelp por me proporcionar um espaço para que eu possa me expressar .

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