LITERATURA EM TEMPOS DE PANDEMIA


                                                                                                MARIA MARTA VIDAL



Maria Marta Vidal, formada em Letras pela Faculdade de Formiga, em Pedagogia pela Faculdade de Batatais e Universidade de Itaúna. Pós-graduada em “Processo de Aprendizagem” e Psicopedagogia. Foi professora, exercendo a função das classes de Alfabetização às Universitárias. Diretora eleita na Escola Estadual Nossa Senhora de Guadalupe; Inspetora e Coordenadora Pedagógica no Colégio Águia de Prata. Atuou em Movimentos Sociais. Foi vice-presidente da ATELP.  Participou da fundação do Movimento MOCOLIN; atuou como presidente da AMLP (Associação de Mulheres de Lagoa da Prata). Participou da criação da Subsede do Sind.UTE. Conta com publicações nos jornais “O Papel” e “Informação”, e nas coletâneas lançadas pela ACADELP (Academia Lagopratense de Letras).

                                                     COVA PRA COROA
A coroa era de ouro
As lambidas a enferrujou .
Veio um pintor ,  e por engano
Bem vermelha a deixou .
Colocou a por um tempo exposta
Num manequim , bem no centro do jardim.
O manequim estava assim:
Com uma roupa estranha ,
Os olhos vermelhos, arregalados e apertados .
Pareciam me atrair .
Miravam-me com exaltação.
A boca escancarada
Queria me engolir .
Clamei , fiz oração.
Chega um cara de pau,
Arranca a coroa vermelha,
E a enterra no jardim
Ao lado de flores lindas
Espalhavam cheiros gostosos , os manacás e os jasmins.
Passaram se várias estações ...
A coroa multiplicou .
Eram tantas coroinhas vermelhas !
A cidade se assustou , a todos incomodou .
Foi por isso que o pintor entrou novamente em ação.
Pensou ... ponderou...
Pulverizou as coroinhas vermelhas ,
Uma a uma liquidou ,
Numa cova as enterrou .
A coroa de ouro brilhou .

Comentários

  1. Bem criativo o poema!Parabéns! Só usando poesia para driblar a violência da situação atual.

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  2. Que lindo!! Amo poemas assim! Parabéns, Marta!

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