LITERATURA EM TEMPOS DE PANDEMIA


                                             CASSIA CARYNE DE CASTRO ARAÚJO

Nascida em Lagoa da Prata em 02/05/1966, é filha de Antônio José de Castro e Maria das Neves de Carvalho Castro. Casada com Adevaldo Alves Araujo, mãe de Saulo de Castro Araujo e Mariana de Carvalho Castro Araujo; avó de Laura Moreira Castro.
Formada no Magistério em 1984 em Lagoa da Prata e, em Psicologia pela Newton de Paiva Ferreira, Belo Horizonte, em 1991.
Servidora Pública Federal aposentada, em exercício de 01/03/1986 a 10/06/2019, por último exercendo a função de Gerente da Agência da Previdência Social em Santo Antônio do Monte. Atualmente exercendo atividade autônoma de assessoria previdenciária com escritório na cidade de Luz.

Escritora independente de crônicas e poesias, com  o primeiro livro publicado recentemente em parceria com sua mãe, “Sussurros da Alma”. Acadêmica da Academia Lagopratense de Letras-ACADELP.

                                                                    A PANDEMIA
Cassia Caryne  - 13/04/2020

Nem nos meus pesadelos, nos mais horripilantes,  havia uma ameaça invisível que atacasse as pessoas,  deixando-as doentes, muitas ao mesmo tempo em todo mundo. Sabemos que não é a primeira vez que a humanidade é assombrada por pandemias. Basta lembrarmos algumas: a Varíola, a Peste Bubônica ou Peste Negra, o Cólera, a Gripe Espanhola, a Gripe Suína, o Ebola... Mas não pensava viver sob a pressão de uma pandemia. Confesso que fiquei mal na primeira semana de isolamento social. Logo eu que, especialmente no último ano, fui construindo uma rede enorme de relacionamentos e tinhas muitas atividades. E,  de uma hora para outra, ficar sem as pessoas e as atividades que desenvolvia, doeu demais. Assustou-me tanto, que pensei na morte iminente. O silêncio que assombrou a cidade, na primeira semana, era ensurdecedor. Até os passarinhos ficaram mudos,  acho que perceberam que o mundo tinha mudado. Todas as pessoas ficaram em casa, em suas "tocas", e do céu deve ter sido triste assistir o pavor delas. Fomos bombardeados por muitas informações,  vídeos,  notícias. Muitas pessoas, sádicas que são,  cuidaram para "concorrerem com o vírus", como bem disse Carla Castro, e se ocuparam de disseminar o fake, as mentiras cabeludas. E o medo começou a fazer mal para as pessoas, nesse momento, mais que o próprio vírus. Este ganhou a política, que exercida por pessoas virulentas,  usaram dela para piorar ainda mais o quadro caótico da pandemia. Quando vi tamanho desespero, recomendei: nós somos a primeira vacina para o vírus letal, então coma e durma bem e construa nervos de aço. Ainda acho que é o único jeito  de suportar esses dias estranhos. A história ainda não acabou e não sei como será escrita daqui para frente. Nem sei se será com a minha caneta. Mas o certo é que os passarinhos, passado o susto, já fazem revoadas e cantam. O céu de abril está tão azul e limpo quanto antes. O vento fresco do inverno já nos anuncia a próxima estação. A natureza parece nos querer dizer que a vida continua e, que devemos encher nossos corações de esperança,  expulsando vigorosamente o medo que quis tomar conta de nós. Ao invés de paralisia, pensar novos rumos para que fiquemos sadios e espertos. Alternativas,  subterfúgios, estratégias. A vida continua..

Comentários

  1. Adorei seu texto, um afago na alma nesse momento. Faz bem ler pensamentos iguais aos nossos para compartilhar a angústia e a coragem. Abraços.

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  2. Parabéns querida amiga Cassia, seu trabalho ficou muito bom e pode ter a certeza de que tudo isso passara e voltaremos a viver felizes novamente, juntos de nossos familiares e nossos amigos, que também fazem parte de nossas vidas. Desejo lhe muito sucesso, sempre.

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