AMOR EM TEMPOS DE ISOLAMENTO SOCIAL XVIII

A PROCURA DO AMOR VERDADEIRO

                                                  Antônio Carlos Dayrell Gontijo

O AMOR havia se revelado no coração do homem, entretanto, este não teve coragem de declarar-se à amada. Se achava feio e pobre. Então, o AMOR foi procurar pela indigitada. Queria indagar-lhe sobre o enamorado. Secamente, ouviu que sua timidez a impedia de revelar seu sentimento. Moça de família, criada com zelo e preparada para o lar. Seus pais não admitiram o romance com um desconhecido. Inquietava portanto saber, estariam condenados a viver solitários e com o coração carregado de preconceitos?


Retrospecto que fez o AMOR espelhar-se num menino de asas de penas de anjo encarregado de selar a união entre casais. Descrito na mitologia grega pelo poeta Hesíodo (Séc VIII. a.C.), Cupido carregava consigo arco e flechas que, disparadas sobre o coração de suas vítimas, provocavam ferimentos que despertavam paixões arrebatadoras. Disposto a reviver a epopeia do ser alado o Amor foi reclamar seu troféu. Onde quer que os jovens estivessem estaria munido de arco e uma aljava com setas, para soltar a flecha de amor.


Não foi surpresa ver os dois sentados no banco da praça, conversando distraidamente e animados. Esticou o seu arco, apontou para o alvo e, antes de alvejar, interrompeu bruscamente... 


"Par perfeito não é mercadoria que você encontra na prateleira, na vitrine ou na gôndola de um supermercado, paga o preço e leva para casa. De que adianta ter pontaria afiada, escrever lindas mensagens e fazer simpatias, se o amor não manifestar verdadeiramente? Apenas para satisfazer uma atração sexual, o desejo de estar próximo ou uma paixão cega não é amor. Não é carinho. Não é afeição. Muito menos respeito. Valores caros que necessariamente devem estar presentes na convivência. - O AMOR NÃO TEM CLICHÊS, NÃO TEM RÓTULOS, NÃO TEM ESTEREÓTIPOS!", refletiu o bondoso querubim guardando o dardo no recipiente, pois não precisava recorrer  a tais arquétipos e mandingas.


O AMOR É SAGRADO, não profano; O AMOR É COMPAIXÃO, não é mau; O AMOR É HUMILDE, não se vangloria; O AMOR LIBERTA, não aprisiona; O AMOR FORTALECE, não destrói; O AMOR É SIMPLES, não egoísta; O AMOR TUDO CRÊ, não passa jamais; O AMOR TUDO ESPERA, não se impacienta; O AMOR TUDO SUPORTA, nunca falha: O AMOR É GENEROSO, nunca invejoso; O AMOR É BENIGNO, não arde em ciúmes; O AMOR É PERDÃO, não guarda rancor; O AMOR SE RENOVA A CADA DIA, não é imutável.



A experiência aumentou seu conhecimento sobre o mais nobre dos sentimentos. Em pequenos gestos, em simples olhares, eles se encontraram e se amaram para sempre...

Comentários

  1. Que lindo, Dayrel! É muito privilégio poder encontrar um amor assim, pautado em pequenos gestos e simples olhares, pois assim se constrói o verdadeiro sentimento que encanta corpo, alma e coração. Parabéns!

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  2. Muito bem definido o amor. Amar o amor é maior que tudo. Amar o amor é um desafio de liberdade. Amar o amor é a tudo amar. Parabéns!

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