LITERATURA EM TEMPOS DE PANDEMIA XX
ISAIAS JUNIOR RIBEIRO
Nasceu em 10/02/1976 em Lagoa da Prata, MG, casado com Ana Cristina de Souza Beirigo Ribeiro, filho de Cândido Antônio Ribeiro e Ana Lúcia Ribeiro. Pai de Lucas Junior, Carlos e Miguel, Bacharel em Direito, Cronista, Escritor, Músico, Regente Coral Filadélfia na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, Ministério de Lagoa da Prata, Regente da Famuj - Fanfarra Municipal de Japaraíba, diretor de ensino em auto escola, Técnico em Segurança Pública, Policial Militar, Palestrante sob o Programa "A Verdade sobre as Drogas".
Nasceu em 10/02/1976 em Lagoa da Prata, MG, casado com Ana Cristina de Souza Beirigo Ribeiro, filho de Cândido Antônio Ribeiro e Ana Lúcia Ribeiro. Pai de Lucas Junior, Carlos e Miguel, Bacharel em Direito, Cronista, Escritor, Músico, Regente Coral Filadélfia na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, Ministério de Lagoa da Prata, Regente da Famuj - Fanfarra Municipal de Japaraíba, diretor de ensino em auto escola, Técnico em Segurança Pública, Policial Militar, Palestrante sob o Programa "A Verdade sobre as Drogas".
Cronista/Escritor no Jornal O Papel, com artigos publicados em Jornais e revistas de Lagoa da Prata e em Belo Horizonte, poeta e Contador de Histórias, membro da ACADELP Uma frase: “- Só uma coisa me interessa, Pessoas!”, Max Luccado.
A
Luz da Chapada
Quem trabalhou na Usina
Luciânia nos seus áureos tempos conhece de cor e
salteado esta história,
principalmente motoristas e tratoristas que lá trabalharam. Muitos
inclusive me afirmaram com
riqueza de detalhes e nuances impressionantes deste causo.
Segundo os trabalhadores
esta luz tinha um brilho inconfundível. Quando ela
aparecia todos sabiam o que
era. Tinha uma velocidade impressionante e acompanhava
os motoristas da chapada até
o entroncamento que levava ao prédio. Piscava
rapidamente e por mais que
se tentasse tirar as vistas da luz, mais esta infligia claridade
aos arredores dos tratores
ou dos caminhões. Muitos afirmaram que trocaram pneus,
consertaram motores de
caminhões sob a tal luz. Ninguém pôde dizer ao certo sobre o
que realmente acontecia a
quem desafiava a Luz da Chapada.
Algumas pessoas disseram
terem sido curadas de pequenos males. Outras ficaram
perturbadas com a claridade,
pararam de beber, de fumar, outras ficaram “meio
abobadas” e foram embora da
cidade. Sabe-se, porém que ela não aparecia a qualquer
pessoa. Muitos a viram
várias vezes.
O motorista às vezes via e o
passageiro não. Outras, mesmo com várias pessoas
perto, batiam em retirada,
no mais completo desespero mesmo que as outras nada
vissem. Certa feita, ao
dirigir um trator novo, indo pela estrada com ele carregado,
apareceu a tal luz e a
pessoa imediatamente parou o trator, desligou-o e desceu. Ao
chegar à beira da estrada
houve um clarão e a pessoa percebeu que a ponte havia
cedido. Se caso passasse por
sobre a ponte certamente ocorreria um acidente
gravíssimo. O motorista
agradeceu, contornou por outro caminho e prosseguiu seu
trabalho. Ao contar para os
colegas o fato, estes afirmaram terem passado por aquele
local e a ponte estar na
mais completa ordem. Nada entendiam do acontecido. Porém, do
motorista ninguém rira, pois
muitos também haviam passado por experiências parecidas.
A Luz da Chapada acompanhava
os motoristas em noites frias e pouco iluminadas.
Em noite de lua cheia não
aparecia; tampouco em noites chuvosas. Àqueles que
desafiavam sua força,
voltavam com os cabelos em pé, com os pelos do corpo arrepiados
e nada falavam da
experiência. Apenas diziam: - o trem é feio demais, sô! Aqueles que a
recebiam com alegria e com
naturalidade, dizem terem sido acompanhados por ela
durante toda a noite não
tendo nada acontecido.
A Luz da Chapada foi
anunciada à época pelos quatro cantos, tratar-se de discos
voadores ou coisa que o valha. Estudiosos do assunto aqui
estiveram para verem a tal
luz. Ouviram relatos dos trabalhadores, recolheram suas
histórias e depoimentos e nunca
mais voltaram no lugar. Várias falhas na plantação de
cana foram notadas. Vinha sempre
por sobre o São Francisco das bandas da Chapada para os
lados da Usina. Nem lobo
uivava nestes dias. Os bichos sumiam.
A luz cegava diziam alguns, de tão forte. Ninguém
confirma mas algumas pessoas
teriam sido hospitalizadas após o encontro com a Luz da
Chapada. Vinham em estado de
choque. Tinham que tomar banho quente e serem enroladas
em cobertores para se
aquecerem.
Ficaram as histórias das pessoas da época com relatos
cheios de vivacidade e
detalhes. Dizem que a tal luz continua lá, a amedrontar
motoristas e trabalhadores;
continuar no mesmo lugar de costume. Quem tem a alma pura
dizem alguns, ainda pode
vê-la.
Boa Sorte a quem se aventurar!
Maravilha de conto. Também já ouvi muitos casos da Luz da Chapada. É uma história bem nossa, da nossa região. Parabéns!
ResponderExcluirUma lenda que ja é um patrimônio imaterial de Lagoa da Prata e região. E você a narrrou de forma contundente e envolvente, na medida certa de que ela merece. Parabéns, Isaías!
ResponderExcluirQue riqueza de narrativa!!!
ResponderExcluirGente ohia ke xiki esse é meu sobrinho Isaias
ExcluirTambém gostei da história da luz da Chapada. Em Samonte onde nasci muitas histórias ouvi deste fenômeno desconhecido. Tinha um Tio meu, Fazenda à beira da linha do trem; contava que muitas vezes ela vinha pela estrada de ferro iluminando a noite. Boas recordações que a imaginação nos enriquece.
ResponderExcluir