Marginal Maria do Rosário Bessas Quando minhas mãos se tornam escravas Das palavras que dominam meus pensamentos, Eu me rendo às loucuras das frases soltas Que vou pegando ao vento. Sirvo à mesa do tempo, As porções em versos que devoro... Sirvo em taças doces de esperança Ou em copos amargos de veneno, Brindes suaves de lembranças Ou goles bruscos de esquecimento.... E quando finalmente eu me sacio, Minhas mãos se afastam E eu me tranco outra vez no silêncio... Mas as mãos, essas tresloucadas, Nunca que ficam cansadas, Estão sempre querendo mais... E de repente, começam a fazer laços, Com as letras se fazem abraços E desfiam novamente meus ais... Mal esperam o despertar das manhãs Para me escorrerem entre os dedos No correr do dia, nessa fome louca de poesia. À noite, já cansada, sinto minha paz roubada, Quando atrevidas, se aninham entre os travesseiros E já ficam ansiosas, esperando um novo dia. Minha vida é uma eterna me